Cavalcanti, Alcyr Mesquita (Rio de Janeiro - Rio de Janeiro)

Vida: 
1941
País: 
Brasil
Autor: 
Igor Fernandes Pinheiro
Campo de atuação: 
Fotojornalismo
Sindicalismo
Trajetória fotográfica: 
O Fluminense
Correio da Manhã
Diário de Notícias
O Globo
Freelancer
O Repórter
Tribuna da Imprensa
Jornal do Brasil
O Dia
Lance
Centro Universitário Augusto Motta
Universidade Candido Mendes
Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Cidade de Nova Iguaçu
Destaques: 
Prêmio Kodac FENAJ de fotojornalismo

 

Alcyr Mesquita Cavalcanti nasceu no Rio de Janeiro em 1941. É um fotojornalista brasileiro com mais de trinta anos de carreira. É Formado em Filosofia e Ciências Sociais pela antiga Universidade do Estado da Guanabara e é mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense. O interesse pela fotografia veio desde a infância, o pai e o irmão, oficiais da Aeronáutica, possuíam câmeras e livros sobre fotografia. Na juventude Alcyr Mesquita se interessou pelo cinema. A carreira profissional começou no jornal O Fluminense, posteriormente o fotógrafo trabalhou em quase todos os grandes jornais do Rio de Janeiro e São Paulo, assim como na imprensa alternativa e em associações de profissionais da comunicação.

Filho mais novo de cinco irmãos, o carioca Alcyr Mesquita Cavalcanti retornou ao Rio de Janeiro após passar alguns anos da infância em Curitiba. A casa possuía livros de fotografias e séries de fotografias, o pai gostava de fotografar como amador. Na juventude iniciou os cursos de medicina e odontologia, ambos interrompidos. Posteriormente Alcyr Mesquita graduou-se no curso de Filosofia em 1963. Durante a graduação passou a militar no PCB, porém após o casamento e nascimento das filhas se afastou das atividades. Com o passar dos anos voltou a ter ligação com o PCB, o rompimento definitivo viria em 1992 com o racha do partido.

Após trabalhar por um período como professor, passou a ter interesse mais efetivo pela fotografia depois de receber uma câmera Panaflex como pagamento de uma dívida. A utilização da câmera para registrar os momentos familiares instigou Alcyr Mesquita a estudar a fotografia, abandonando assim o amadorismo. Assim, Alcyr se inscreveu em um curso de fotografia e cinema no Museu de Arte Moderna, isto devido ao gosto pelos filmes assistidos no cinema Paissandu e na cinemateca do MAM. Integrou o Grupo Câmera e passou a se envolver com produções de cinema, porém devido à necessidade de retorno financeiro mais imediato, iniciou a carreira no jornal O Fluminense em 1969 na cidade de Niterói.

No início da década de 70 começou a levar trabalhos para o jornal Correio da Manhã. Desta forma ficou trabalhando nos dois lados da Baía de Guanabara até que o Correio da Manhã, que estava em fase de decadência, fechou. Assim, Alcyr Cavalcanti iniciou o trabalho no Diário de Notícias e posteriormente passou por diversos jornais e revistas, até chegar ao jornal O Globo, onde trabalhou sete anos. Neste período também realizou trabalhos como free lancer para a revista Isto É, onde recebeu a proposta de organizar fotografias para a Tribuna da Imprensa. Da Tribuna da Imprensa, foi chamado para trabalhar no Jornal do Brasil e em seguida mudou para O Dia.

No jornal O Dia viajou bastante e ganhou um prêmio referente a um ensaio sobre a violência urbana, além disto, foi personagem de um trabalho do cineasta Silvio Tendler neste mesmo período. Despois disto, Alcyr Mesquista retornou para o Jornal do Brasil, o último emprego de carteira assinada. Daí em diante passou a realizar trabalhos como freelancer para o Estado de São Paulo, revista Placar e jornal Lance, este último, desde as edições iniciais.

Além de trabalhar nos grandes jornais, Alcyr Mesquista trabalhou na imprensa alternativa. Entre os vários jornais, destaca-se o jornal O Repórter. Durante a carreira atuou principalmente realizando a cobertura de cidade, porém também atuou em diversos outros campos, como a cobertura esportiva. Recebeu o Prêmio José Martí em Havana, em 1983, e o Kodak FENAJ em 1977 referente a sequencia que possuía como personagens um casal de mendigos, publicada no jornal O Repórter e na revista Isto É, o que lhe rendeu um processo na Lei de Segurança Nacional. Entre os trabalhos de Alcyr Cavalcanti destacam-se a invasão da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN em 1989, a greve geral de 1990, as reportagens “Rocinha S.A” publicadas em 1998 e a queda da arquibancada do Maracanã em 1992.

Durante a carreira também atuou em associações de classe, foi diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) de 1995 a 1998 e diretor da Associação dos Repórteres fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (ARFOC) de 1998 a 2006

Em 1999 o fotojornalista iniciou a pós-graduação na área de Antropologia, obtendo o título de mestre em 2001, após realizar uma dissertação referente à Rocinha. Alcyr Mesquita Cavalcanti foi professor do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) e atualmente é professor da Universidade Candido Mendes.

Referências: 
Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=788
Plataforma Lattes - http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=P9009393
Acervo LABHOI - Entrevista concedida em 22 de Abril de 2002.

 

 

ISBN: 978-85-63735-10-2