Dubeux, Cláudio Burle (Recife - Pernambuco)

Vida: 
14/06/1845 a 12/03/1919
País: 
Brasil
Autor: 
Wanessa de Lima Teles
Campo de atuação: 
Fotografia documental
Trajetória fotográfica: 
Praticou fotografia por diletantismo. As imagens produzidas por Cláudio Dubeux são datadas entre (1870-1910) e algumas delas foram doadas e, estão sob a guarda do IAHGPE.
Destaques: 
Documentou a construção da estrada de ferro que ligara o Recife a duas cidades do agreste pernambucano: a cidade de Limoeiro e a de Garanhuns.

Claudio Burle Dubeux nasceu no dia 14 de junho de 1845 na cidade do Recife, no Bairro de Apipucos, Zona Norte do Recife. Cláudio Burle Dubeux ficou conhecido na intimidade pelo apelido de sinhozinho, e no meio público assinava com o nome de Cláudio Dubeux Jr. Criou-se num meio cultural de influência francesa e comercial inglesa. Além de industrial do açúcar e empresário, foi fotógrafo por diletantismo. Filho de Cláudio Cândido Dubeux (1806-1880) e Josephina Libânia Burle (1828-1898).

 Sinhozinho praticou fotografia por hobbie, em seus registros de paisagem a cidade do Recife é um tema muito recorrente com suas modernas obras de engenharia. No rol de imagens produzidas por ele, encontramos fotografias da intimidade da família em suas respectivas residências, fotografias de momentos lúdicos da família como, por exemplo, o jogo inglês de Críquete, além de obras públicas, etc. Produziu fotografias do Recife, Olinda, seus arredores, incluindo aí seu tão querido Bairro de Apipucos, vilas e cidades do interior, além de Maceió e Piranhas em Alagoas e em 1887 a cachoeira de Paulo Afonso.

Claudio Dubeux, ou sinhozinho, para os mais íntimos, através de sua arte diletante nos legou registros, ou melhor, verdadeiras crônicas do Recife, a cidade é retratada com suas mudanças e permanências, as quais anunciavam a modernidade recifense, sendo a própria arte fotográfica uma das modernas invenções introduzidas na cidade por esse tempo.[1] Acreditamos que Cláudio Dubeux tenha sido discípulo de Augusto Stahl, tendo em vista o fato de muitas de suas imagens dialogarem com composições, ângulos de tomadas e temáticas de seu mestre, a propósito, Stahl fora, à época, pelo que nos informam os anúncios publicados pelo fotógrafo no Diário de Pernambuco o único profissional a oferecer, no período no qual atuou na cidade (1854-1862) - certamente período de formação de Cláudio como fotógrafo amador ainda bem jovem - o ensino da mais nova arte.

Muitas das imagens produzidas por Cláudio Dubeux, o sinhozinho, foram doadas pela sua neta Maria Cristina – Tininha - de Lemos Leão Paes Barreto (1916-2000) ao IAHGPE. A maioria das imagens encontra-se bastante deteriorada pela ação do tempo, como também pela má conservação. Conforme informações dadas por Reinaldo Carneiro Leão[2] as fotografias são datadas entre as décadas (1870-1910) e podem ser visualizadas no recente álbum[3] publicado pela Companhia Editora de Pernambuco sobre o fotógrafo.


[1] Para mais informações acerca da introdução da fotografia em Pernambuco ver: MELLO, José Antônio. Arte e Natureza no Segundo Reinado. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, 1988; SILVA, Fabiana de Fátima Bruce. Caminhando numa cidade de luzes e sombras: A fotografia moderna no Recife na década de 1950. Tese de doutorado em História, UFPE, 2005. TELES, Wanessa de Lima. Sob o império do retrato: A difusão social da fotografia e a emergência das identidades sociais no Recife Oitocentista. Dissertação de mestrado em História, UFPE, 2013.

[2] Advogado, pesquisador e 1º secretário do IAHGPE.

[3] DUBEUX, Claudio Burle. O fotógrafo Claudio Dubeux (1845-1919). (Org) Bruno A. Dornelas Câmara; [et. al.]; apresentação George F. Cabral de Souza. Recife: CEPE, 2011.

 

 

Referências: 
DUBEUX, Claudio Burle. O fotógrafo Claudio Dubeux (1845-1919). (Org) Bruno A. Dornelas Câmara; [et. al.]; apresentação George F. Cabral de Souza. Recife: CEPE, 2011.
TELES, Wanessa de Lima. Sob o império do retrato: A difusão social da fotografia e a emergência das identidades sociais no Recife Oitocentista. Dissertação de mestrado em História, UFPE, 2013.

 

 

ISBN: 978-85-63735-10-2