Alberto Jacob nasceu em 1933, no Rio de Janeiro, filho de um mascate sírio e uma dona de casa fluminense. Sua família foi umas das primeiras a ocupar um loteamento legal no Morro da Catacumba, localizado em frente à Lagoa Rodrigo de Freitas, o qual se transformaria depois na Favela da Catacumba, removida em 1970. Fotojornalista reconhecido com diversas premiações por seu trabalho, Alberto Jacob era o único filho homem dos cinco que seus pais tiveram.
Quando jovem era muito envolvido com os esportes, principalmente, o futebol, tendo, inclusive, um time com seus amigos e sendo “gandula” do Flamengo, quando essa profissão ainda nem existia. Sua paixão pelo esporte resultou em um abaixo assinado para a construção de um campo de futebol nas proximidades da região. Antes de iniciar sua carreira como fotógrafo foi office boy da Worthington do Brasil, nesse período circulava pelas ruas do centro do Rio e frequentava as livrarias, onde teve seu primeiro contato com a fotografia, lendo um manual fotográfico o qual lhe possibilitou aprender o ofício sozinho.
Com uma câmara herdada de seu tio, um equipamento de lambe-lambe comprado por seu pai e um laboratório montado em casa, Jacob começou a trabalhar oferecendo retratos de porta em porta. Algum tempo depois, comprou uma câmera de médio formato e, em seguida, uma 35 mm. Uma cliente lhe convidou para fotografá-la entregando uma faixa à cantora Emilinha Borba num programa na Rádio Mayrink Veiga. Um repórter da Revista do Rádio presente na ocasião viu as fotos e sugeriu que Jacob levasse o material para a redação. As fotos foram aceitas e o fotógrafo passou a frequentar a Rádio Nacional, iniciando, assim, sua trajetória profissional na Revista do Rádio, aos 20 anos, fotografando e vendendo fotos de artistas para a revista.
Alberto Jacob fotografava e escrevia as suas reportagens na Revista da Rádio, quando Arnaldo Niskier convidou para trabalhar na Manchete, onde recebeu a medalha do Mérito Tamandaré com a reportagem sobre a Guerra da Lagosta. Fotografou Roberto Carlos no início de carreira para uma fotonovela da Revista Sétimo Céu. Passou pela Revista Fatos & Fotos, Revista da Manchete, Revista Veja, além de receber prêmios por reportagens como melhores do ano do Chacrinha, em 1957, e o Diploma de colaborador dado pelo juiz Francisco Horta por suas denúncias de menores presos.
Já trabalhando no Jornal do Brasil, foi único jornalista a testemunhar na madrugado de 31 de março de 1964, no Palácio da Guanabara, a expectativa do Governador Carlos Lacerda no momento do golpe Civil-militar. Em 1967, recebeu o prêmio de Melhor Repórter por uma matéria sobre o INSS. E, em 1971, recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo com a foto “Quase Atropelamento”.
No período que ficou no Jornal do Brasil, muitas vezes, tratou dos temas mais polêmicos, os quais os demais fotógrafos fugiam para não fazer a cobertura, em virtude disso, se auto define como um fotógrafo de fogueira. Essa característica fez Jacob ser um nome visado pela ditadura, mesmo não tendo filiação política. Foi preso e espancado pelo regime, além de ter sido fichado no DOPS por porte ilegal de armas – o que nunca ocorreu. Igual a tantos outros moradores de favela na zona sul carioca, Alberto Jacob sofreu as remoções e realocações em áreas distantes na década de 1970.
Passou a maior parte de sua carreira no Jornal do Brasil, saindo apenas em 1975 quando foi trabalhar no Jornal O Globo no qual ficou até 1989. Chegou a trabalhar na secretaria de Comunicação Social da Prefeitura do Rio de Janeiro. Atualmente, aposentado como jornalista, vive no Rio de Janeiro.
