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Videoteca

Vídeos produzidos pelo LABHOI

 O uso do registro visual fílmico pelo LABHOI integra hoje o que, em nossas discussões denominamos de "a escrita videográfica". A escrita videográfica como na pesquisa histórica implica na elaboração de um novo tipo de texto histórico que considere na sua produção a natureza do tipo de enunciação das fontes trabalhadas. Assim, as fontes orais, visuais e sonoras para serem objeto de reflexão historiográfica e comporem o texto histórico, devem ter suas substâncias de expressão preservadas. As estratégias de elaboração dessa nova modalidade de escrita da história conta com a ampliação do diálogo entre conhecimento histórico e produção audiovisual, através do trabalho em pareceria de historiadores e profissionais de cinema. Um trabalho no qual cada um colabora com o seu conhecimento e experiência numa produção coletiva que congrega as competências individuais.

Nesse sentido, o LABHOI vem investindo na elaboração de diferentes modalidades de produtos em vídeo que podem ser diferenciado em 4 tipos:

  • Escrita direta e interativa - a filmagem possui um roteiro estabelecido a partir de uma pesquisa acadêmica que não se baseou em fontes orais. O roteiro é feito com base na pesquisa histórica trazendo para a atualidade, aspectos dessa pesquisa que ainda encontram-se como vestígios do passado. É o caso do trabalho da Profª Mariza Soares, "Devotos da Cor", baseado na sua obra publicada com o mesmo título. Nesse trabalho, a câmera na mão acompanha o burburinho do centro da cidade indo à busca das irmandades religiosas remanescentes da escravidão. Resignifica o passado no presente, entrevistando devotos e suas práticas religiosas atuais.
  • Escrita intertextual - nessa modalidade o roteiro se baseia na estrutura da entrevista, organizada segundo o problema levantado pela pesquisa. A narrativa é composta por falas coordenadas retiradas de várias entrevistas, a essa polifonia são associadas imagens fixas filmadas para ganhar movimento. Cada seqüência fílmica é composta por um conjunto de falas associadas a um conjunto de imagens que são apresentadas em movimento, garantindo o efeito fílmico. É o caso do vídeo sobre o Incêndio do Circo de Niterói e do Quebra-Quebra das barcas de Niterói, projetos coordenados pelo Prof Paulo Knauss e pela Profª Ana Mauad.
  • Escrita Intertextual Ampliada - utiliza-se dos recursos do documentário cinematográfico interpolando imagens fixas filmadas, cenas filmadas em eventos ao vivo, cenas de entrevistas filmadas. Compõe a narrativa videográfica, a música incidental, a trilha sonora, a leitura de depoimentos e a fala dos entrevistados. Nessa modalidade se insere o trabalho coordenado pela Profª Hebe Mattos, "Memórias do Cativeiro".
  • Escrita Vídeo-clip - sob inspiração da cultura dos vídeo-clips, foi desenvolvida por duas bolsistas do LABHOI: Ana Paula Serrano e Suely Andrade. Nesse caso específico, uma música da época do "quebra-quebra das barcas de Niterói", serviu de base para a composição de um texto breve de cerca de nove minutos, no qual as imagens fotográficas, dinamizadas por efeitos virtuais, são associadas ao ritmo da música e intercaladas com depoimentos sobre o acontecimento.

Em todos os casos o que distingue a forma de escrita videográfica são: a forma de inserção do registro oral, o tempo da narrativa fílmica associado ao problema histórico tratado (processo, acontecimento, rememoração, etc.), e por fim, a trama de palavras e imagens na construção do texto historiográfico.